Descrição do livro
Omo demonstram os
prefácios, artigos, conferências e ensaios reunidos em Como mudar o mundo, a
militância política de Eric Hobsbawm tem convivido de modo fecundo com sua
consagrada produção intelectual. Numa colectânea que abrange décadas de intensa
proximidade com a obra de Karl Marx (1818-83) e a tradição marxista, o
historiador britânico reafirma a actualidade das reflexões sobre o capitalismo
realizadas pelo filósofo, sociólogo e jornalista alemão – e seu colaborador,
Friedrich Engels (1820-95) – a partir da década de 1840.O livro consiste numa
espécie de tributo à influência de Marx sobre Hobsbawm, algo visível ao longo
de toda sua trajectória académica e política. Firmemente estabelecidas desde
1931, quando ingressou ainda adolescente numa liga de jovens comunistas em
Berlim, as simpatias ideológicas do historiador não comprometem, contudo, a
lucidez da sua interpretação dos trágicos erros cometidos ao longo do século XX
em nome das ideias do autor de O Capital.
A primeira parte de Como mudar o mundo é dedicada ao estudo das condições de
produção e recepção dos textos fundadores do marxismo, como o Manifesto do
partido comunista, os Grundrisse e A situação da classe trabalhadora na
Inglaterra. Hobsbawm aponta os antecedentes históricos do pensamento marxiano
em diversos autores, destacando, contudo, sua originalidade na interpretação
global da sociedade capitalista e de suas contradições actuais.
Na segunda parte, o autor analisa a história do marxismo a partir da década de
1890 (depois da morte de Engels), destacando sua trajectória inicial entre os
sindicatos operários, o crescimento dos partidos social-democratas europeus, a
luta antifascista entre a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, e a influência
do marxismo na obra de intelectuais do pós-guerra e nos regimes comunistas da
Europa e da Ásia. O pensador italiano António Gramsci e sua intervenção no
debate marxista são objecto de dois capítulos.
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